Último dia
Lembrando que hoje, 15/6, devemos finalizar a edição do documento a ser entregue para o Ministério.
Desconferências sobre cultura digital para preparar o “Seminário Internacional sobre Diversidade Cultural: práticas e perspectivas”, do Ministério da Cultura em parceria com a Organização dos Estados Americanos
Lembrando que hoje, 15/6, devemos finalizar a edição do documento a ser entregue para o Ministério.
Por Rafael Evangelista
Não. Afirmar a existência de uma "cultura própria", mesmo que digital, é algo forte demais. O que dá para afirmar, em lugar disso, é a criação,uso e propagação de certos sinais, hábitos, regras, que derivam da interação dessas pessoas nesse novo ambiente. E outro porém: ambiente digital não é uma coisa só. Dependendo das regras de interação estabelecidas por aqueles que controlam ou gerenciam o ambiente podem surgir práticas e regras implícitas diferentes. Por exemplo, podemos comparar os sistemas de compartilhamento de música.Um deles, o SoulSeek/Nicotine, tornou-se o espaço de interação decolecionadores de música, pessoas com gostos musicais diversos mas bastante específicos, admiradores de gêneros. É provavel que essas pessoas tenham ocupado esse espaço devido às regras do sistema de trocas de arquivos, que privilegiam a conversa entre usuários e a possibilidadede se visualizar a coleção de músicas dos colegas virtuais. Ao mesmo tempo, as regras foram ganhando esse desenho também por demanda dos usuários, que tem o perfil descrito. Outro exemplo, oposto, é o BitTorrent. Aqui o privilégio é dado a arquivos grandes e à velocidade. Assim, quem usa desse espaço em geral que baixar arquivos velozmente, se dispõem a compartilhar por longos períodos de tempo e, em geral, se interessa por arquivos grandes (como filmes ou discografias completas).Difícil dizer que isso forma uma cultura digital própria, são práticas de uso que variam.
Por Alfredo Manevy
O digital – em seu infinito desdobrar-se em uma matéria próxima do imaterial – parece ser o que há de mais inovador na produção estética contemporânea, se ouvirmos e olharmos para os novos grupos que acessam o cinema pelas câmeras de bolso, pelos celulares e sua telepática transferência de conteúdo, ou dos grandes cineastas que renovam seu estilo usando o digital como uma ferramenta de depuração ou manipulação de grãos pictóricos e fotográficos. É aliada do realismo ou do artificialismo: não uma ideologia, mas uma diversificação de meios, uma tecnologia propiciadora da crise total do sujeito e do olhar canônico herdado da tradição ocidental, e uma reestruturação das relações com o mais ocidental dos princípios de emancipação que herdamos do renascimento e do eurocentrismo, que hoje se auto-fagocita. O digital afeta a produção contemporânea em sua estética e em seu modo de produção e distribuição. Ele recria suas condições gerais. Torna os direitos de autor tão importantes quanto os deveres de autor. Ou seja, os direitos culturais são tão importantes quanto os direitos dos investidores materiais, tão importante quanto afirmar o acesso ao repertório cultural como direito social fundamental para o século XXI. É o que pode-se chamar de uma transformação estrutural, ou uma revolução, na medida em que a reprodutibilidade ( que o sábio Benjamin identificou como o desestabilizador
da sensorialidade pré-moderna) torna-se o meio positivo de rearranjo necessário da nova desordem, uma desmedida regulada por milhões de fontes reguladoras, porém mais flexíveis e dispersas, onde urge surigrem novas instituições culturais que cristalizem-se como discursos e formas. A digitalização da infra-estrutura tradicional de redes físicas surge como uma
forma reguladora flexível e porosa à demanda cultural.
Por Fábio Malini
A profusão da riqueza da diversidade da cultura digital faz minar, a cada dia, o quase finado conceito de homogeneização, proveniente da sociedade de massa. Na verdade, se há um traço peculiar no interior da cultura digital é o fato dela nascer e se desenvolver para arrebentar, de uma vez por todas, qualquer resquício da cultura de massa. Em especial, fazer com que toda e qualquer tentativa de docilização dos corpos e mentes seja espinafrada através de mobilizações nas redes virtuais.A conversa sobre diversidade e cultura digital de ontem está disponível na íntegra em:
http://estudiolivre.org/el
Até o final da semana o vídeo editado estará aqui.
Lembrando que temos até sexta (15/6) para fechar o documento a ser entregue para o Minc.
Participe da conversa sobre cultura digital e diversidade: hoje, segunda-feira (11/6), às 19h.
Em São Paulo: casinha do Estúdio Livre (rua Luminárias, 243, subindo a escada, Vila Madalena)
Pela web: bate-papo no irc.freenode.org, canal #metareciclagem
stream no http://estudiolivre.org:8000/gambiarra
Irineu Franco Perpetuo é jornalista, colaborador da Rádio e TV Cultura, do jornal Folha de S.Paulo, da revista Bravo e correspondente no Brasil da revista Ópera Actual (Barcelona). É autor de "Cyro Pereira - Maestro" (DBAEditora, 2005), e co-autor, com Alexandre Pavan, de "Populares & Eruditos"(Editora Invenção, 2001). Traduziu, diretamente do russo, "PequenasTragédias", de Púchkin (Editora Globo, 2006).
Paulo Lima
Hernani Dimantas é coordenador do LIDEC - Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária, da Escola do Futuro - USP; mestre em comunicação e semiótica pela PUC / SP, faz doutorado na ECA - USP, em ciência da comunicação; articulador do MetaReciclagem; autor do livro Marketing Hacker - a revolução dos mercados.
Giuseppe Cocco é cientista político, doutor
Magaly Prado é radiomaker e jornalista. Na Faculdade de ComunicaçãoCásper Líbero, onde fez pós-graduação em Comunicação Jornalística, éprofessora de Produção e Direção de Rádio, no curso de Rádio e TV, e pesquisa sobre webradio no CIP - Centro Interdisciplinar de Pesquisa. Colabora no projeto Audicidades, da Cidade do Conhecimento, da USP. Publicou "Produção de Rádio - Um Manual Prático" pela editoraCampus/Elsevier. Escreve no UOL em formato blog a coluna Notícias sobre Rádio.
Marcos Dantas é professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, doutor em Engenharia de Produção pela COPPE-UFRJ, ex-secretário de Educação a Distância do MEC, ex-membro do Conselho Consultivo da ANATEL. Autor, entre outras obras, de A lógica do capital-informação (Ed. Contraponto, 2002, 2ª ed).Marsal Alves Branco é formado em Publicidade e Propaganda pela Urcamp; tem mestrado em Comunicação pela Unisinos, na linha de Processos Midiático e é doutorando em Comunicação também pela Unisinos, onde pesquisa games. É professor pelo Centro Universitário Feevale nos cursos de Comunicação e Design, e pela Ulbra, pelos cursos de Comunicação e Fotografia. É atual coordenador do Núcleo de Publicidade e Propaganda da Feevale e professor pesquisador integrante do Grupo de Pesquisa de Comunicação e Cultura.
Raphael Prado é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo. Já trabalhou em todas as formas de mídia "tradicional": impresso, radiofônico, e televisivo. Hoje é repórter do site Terra Magazine.
André Lemos é Doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne. Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas e do DECOM da FACOM/UFBa. Pesquisador 1 do CNPq.
Tiago Soares é bacharel em Comunicação Social pela Unesp, com especialização em Marketing pelo Sydney International College (Austrália). Pesquisador atuante da cibercultura, é envolvido em iniciativas e debates sobre comunicação e novas tecnologias livres, tendo trabalhado junto a instituições como o Fórum Social Mundial, Fórum Internacional de Software Livre e Observatorio para la CiberSociedad (Espanha), entre outros. É um dos coordenadores da ONG Rede Livre de Compartilhamento da Cultura Digital – Rede Livre.
Lídia Eugenia Cavalcante tem pós-doutorado em Ciências da Informação pela Université de Montreal – Canadá, doutorado em Educação pela Universidade Federal do Ceará e mestrado
Nelson Pretto é professor adjunto e diretor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Licenciado em Física e Mestre em Educação também pela UFBA. Doutor pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com um estágio no Centro de Televisão Universitária da Universidade de Milão/Itália.
Yara Guasque (Yara Rondon Guasque Araujo) é artista multimídia e professora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UDESC. Graduada em Licenciatura em Artes Plásticas pela FAAP; mestre em Literatura pela UFSC e doutora pelo programa de Comunicação e Semiótica da PUCSP; líder desde 2003 do grupo de pesquisa do CNPq Telepresença em ambientes imersivos, participativos e interativos. Coordenou entre os anos 1999 a 2001 o Perforum Desterro que investigava performances de telepresença; foi pesquisadora visitante entre os anos 2001 e 2002 no Media Interface and Network Design do departamento de Media, Estudos Informacionais e Telecomunicação da Universidade Estadual de Michigan, MSU, EUA; coordenou entre os anos de 2004 a 2006 do grupo Interações Telemáticas (www.udesc.br/perforum); e coordenou e participou em 2006 da exposição de instalações interativas Emparedados (www.ceart.udesc.br/emparedados).
Fernando S. Trevisan é empresário, trabalha com desenvolvimento de sistemas e web-sites desde 1996 e vive com o nariz enfiado nas diversas questões que circundam a rede - desde as bugigangas até ferramentas colaborativas, Barcamps, política e novos meios de negócios.
Pedro Paranaguá é líder de Projetos do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio e gestor dos cursos on line de Direito da FGV Online/Direito Rio. Professor do curso de pós-graduação lato sensu em propriedade intelectual da FGV DIREITO RIO, bem como do GVlaw, FGV-SP. Professor convidado da UFRJ e da UERJ. Mestre (mérito) em Direito da Propriedade Intelectual pela Universidade de Londres, Queen Mary, Reino Unido. Representante da FGV na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), da ONU. Trabalhou por 3 anos no escritório de advocacia Gusmão e Labrunie. Autor da dissertação de mestrado “The Development Agenda for WIPO: another stillbirth? A battle between access to knowledge and enclosure” (2005); , do capítulo “Software Livre como Alternativa de Desenvolvimento e de Negócio: em busca da soberania nacional”, no livro “Propriedade Intelectual: estudos em homenagem à Professora Maristela Basso” (Juruá/2005), e do capítulo “Patenteabilidade de Métodos de Fazer Negócio Implementados por Software” no livro “Aspectos Polêmicos da Propriedade Intelectual” (Lumen Juris/2004), entre outros."
Juliano Spyer (juliano@vivasp.com) é especialista em mídia social e projetos colaborativos na Web. Autor do livro 'Conectado' com lançamento previsto para agosto de 2007 pela Jorge Zahar Editora, e responsável pelos projetos LeiaLivro.com.br e VivaSP.com, mantém o blog Coletivo.com
Rafael Evangelista é jornalista e doutorando em antropologia (Unicamp). Entre seus temas de pesquisa estão ciência e sociedade, percepção pública da ciência, internet, jornalismo, comunidades virtuais, movimentos sociais e software livre. É editor da revista eletrônica ComCiência e colunista do site Dicas-L (seção Zona de Combate).