18 de mai. de 2007

Cultura "remix"

Por André Lemos

A cibercultura instaura uma estrutura midiática ímpar (estrutura com funções “pós-massivas”) na história da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivíduo pode produzir e publicar informação em tempo real, sob diversos formatos e modulações, adicionar e colaborar em rede com outros, reconfigurando a indústria cultural (“massiva”). Os exemplos são numerosos, planetários e em crescimento geométrico: blogs, podcasts, sistemas peer to peer, software livres, wikis, softwares sociais, a arte eletrônica... Trata-se de uma crescente troca de informação e processos de compartilhamento de diversos elementos da cultura a partir das possibilidades abertas pelas tecnologias eletrônico-digitais e pelas redes telemáticas contemporâneas. Por isso ela é uma cultura "remix", do compartilhamento, das possibilidade de cooperação e de combinação de informações (bits) sobre diversos formatos. O atual desenvolvimento do que se está chamando de Web 2.0 nada mais é do que o surgimento de novas ferramentas digitais que permitem a participação, o compartilhamento, a troca e, assim, o crescimento da cultura, da ciência, das relações sociais. Sempre que podemos emitir livremente e em contato com outros, essa ação é forte em conseqüências. É o que estamos vivendo hoje com a cibercultura. Uma remixagem radical da cultura do espetáculo e da massificação.
Retomei trechos aqui do meu artigo Cibercultura como Território Recombinante. Para mais: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos
Link Artigos, "Cibercultura como Território Recombinante"