O "cu" da mídia mostra que ela não sabe para quem fala
Por Raphael Prado
Qualidade do humor à parte, o fato é que a mídia não pôde ignorar o vídeo quando a abrangência, na web, fez lembrar a luta do Digg.com contra a publicação do código que quebra a criptografia do HD-DVD. Da Mônica Bergamo e Fernando Rodrigues (sim, o colunista político), na Folha de S.Paulo, a Zeca Camargo, em seu blog no G1, passando pelos portais Terra e UOL, todos deram a notícia. Alguns conversaram com a atriz.
Mas o curioso está em como grafaram a palavra repetida diversas vezes na música. Para o grupo Folha/UOL, trata-se de "c...", padrão também seguido pelo Terra. Diziam, portanto, que o vídeo era "Vai tomar no c...". Zeca Camargo, mais "antenado", desde os tempos de VJ da MTV, não teve medo. Ainda postou o vídeo e viu seus comentários quase triplicarem. Mas a chamada na capa do G1 (que durou muito tempo, aliás; o que sinaliza "boa audiência"), com a impressão de que o espaço era insuficiente para mais, foi "Vai tomar..."
Se o vídeo é mesmo um fenômeno midiático – da nova mídia, claro -, se está nas caixas de e-mail de todos que têm uma caixa de e-mail, se já foi visto pelas crianças de 7 anos que não lêem o jornal – e, portanto, não se preocupam se ele grafa "c..." ou "cu" -, qual a explicação para essa auto-censura? Para quê noticiar algo que, mesmo sem o link, pode ser encontrado em 0,14 segundos no Google (dei-me ao trabalho de fazer o teste), se o pudor da mídia vanguardista não permite expressar o que ele, o vídeo, expressa?
Foi-se o tempo, felizmente, dos leitores de jornal que usavam cartolas, passeavam pelo Anhangabaú
Um comentário:
eh vero... um oceano inteiro pra navegar, um cm pra aprofundar...
o verdadeiro cu digital
http://www.youtube.com/watch?v=kr8xfTEZ0nA
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