8 de mai. de 2007

Cultura digital para assegurar a diversidade

Por Cláudio Prado

O Digital é um fenômeno Cultural e creio o melhor denominador da era que estamos vivendo. Ele contém um componente político/anárquico atávico. Anárquico no sentido de eliminar a necessidade de poder central, de eliminar potencialmente os intermediários que não agregam valor. Neste sentido, um índio da Amazônia, que faz cestas maravilhosas, pode encontrar pela internet, um cidadão em Viena que quer uma cesta dele. Desta forma, pode comprar do índio, por digamos 20 euros, o que hoje custa numa butique de Viena 200 euros. O índio, desta forma, estará ganhando 100 vezes o que ganha hoje quando vende para um atravessador que enche um caminhão de cestas para levar para São Paulo e que acaba numa butique de Viena pelos 200 euros.
Milhares de exemplos assim podem ocorrer quando se entende o ciberespaço como o novo centro do mundo. Substituindo o papel que coube aos grandes centros urbanos no século 20, o ciberespaço é uma nova geografia.
Neste sentido, a questão central da Cultura Digital é justamente a possibilidade de fazer renascer as culturas locais e suas manifestações através das articulações em rede, e viabilizando potencialmente a reversão da morte da diversidade que ocorreu no mundo do século 20, da massificação industrial e do consumo.

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