11 de mai. de 2007

Rádio digital

Por Magaly Prado

A adoção do padrão Iboc (In Band on Channel) para o rádio digital noBrasil permite que os mesmos radiodifusores que possuem concessão (mesmoque por tempo determinado por lei) de freqüências de AM e FM permaneçamcom essas concessões. Ou seja, novos radiodifusores ficam de fora daabertura de novas bandas que o sistema digital permitiria e, claro,incitaria uma boa chacoalhada no dial com a democratização desse meio decomunicação.Por enquanto, algumas redes de rádios: AMs como a Bandeirantes, FMs comoa CBN, estão testando o funcionamento técnico do sistema Iboc (apenas aRadiobrás, sediada em Brasília, está interessada no DRM, padrãoeuropeu). O grande problema até então sem solução, é o delay de cerca de6 segundos quando o sinal sai do analógico e vira digital. Mesmo porque,a grande justificativa dos radiodifusores em adotar o Iboc é exatamentea de que com ele podem operar nos dois sinais simultaneamente até quetodos possam trocar seus receptores (o que pode levar anos, seconsiderarmos o preço em torno de U$ 300). Fora isso, outros entravescomo as rádios piratas bloqueando testes de alcance, no caso das \FMs, oumesmo locais onde simplesmente o sinal apaga, provocam dores de cabeçanos engenheiros.Ao pensarmos no conteúdo (o ponto mais interessante), a possibilidade defatiar a banda em 2 ou até mesmo em mais rádios (3 ou 4 só no caso derádios de falação do que em musicais, por conta da perda de qualidadetécnica na compressão) vai propiciar novas rádios diferenciadas,segmentadas. Por exemplo: a rádio Bandeirantes AM finalmente poderáemplacar o projeto de uma emissora 24h esportiva em um dos canais,deixando no primeiro, a tradicional RB (carro-chefe do grupo). Em rádiosmusicais, a divisão de canais pode contemplar novidades da músicaemergente em um e flash back em outro, e por aí vai. Afinal, existemtrocentos projetos de rádios nas gavetas, nem sempre com forte apelopopular, ao contrário, cada vez mais hipersegmentados, como a própriatendência que é tão óbvia em nos demonstrar a diversidade culturalpossível.Bom, não vou entrar aqui em detalhes do que o rádio digital pode nosoferecer como leituras no visor do aparelho como notícias, letras demúsicas, informações de artistas, mapas de trânsito e toda a sorte deimagens em fotos e em vídeos extrapolando o áudio, ok? Deixo para umpróximo texto.O mais importante no momento é saber se teremos ainda tempo de nosmobilizarmos para pelo menos uma discussão mais profunda do padrão a seradotado para não continuarmos nesse esquema fechado, nas mãos de poucos"donos" que historicamente monopolizam as emissoras no dial convencional.

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